Constelações Organizacionais vs. Familiares: Aplicações Regenerativas

As constelações organizacionais têm pouco mais de vinte anos e foram desenvolvidas por Gunthard Weber, como uma derivação das Constelações Familiares de Bert Hellinger. Além disso, foram amplamente beneficiadas pela linguagem transverbal desenvolvida pelas Constelações Estruturais, criadas pelo casal Matthias Vargas Von Kibed e Insa Sparrer. A prática das constelações organizacionais está profundamente conectada às suas raízes familiares, mas possui nuances e particularidades que a tornam especialmente eficaz no contexto corporativo.

Sou sempre agradecida aos criadores desse trabalho e aos pioneiros que trouxeram essa abordagem ao Brasil, em especial Rubens Bresciane e Oswaldo Santucci, especialistas em Constelações Organizacionais. Ambos abriram portas para a aplicação dessa técnica com foco na complexidade das equipes e organizações.

A Necessidade Urgente de Constelações Sistêmicas Organizacionais

Atualmente, mais do que nunca, sentimos a urgência de que essa prática inovadora, surpreendentemente precisa e humana, que são as constelações sistêmicas organizacionais, ganhe escala no Brasil. É imperativo que seja integrada sem receios nos processos de governança, gestão das organizações e desenvolvimento de equipes. A abordagem Fenomenológica Sistêmica tem se mostrado uma das mais eficazes para lidar com a dimensão sistêmica e a complexidade que enfrentamos diariamente, tanto no contexto pessoal quanto organizacional, onde os desafios se amplificam.

Nas organizações, estamos lidando com um sistema social mais extenso e dinâmico do que nas constelações familiares, o que o torna mais complexo. Ao considerarmos que uma organização é composta por múltiplos sistemas interligados, que se relacionam de maneira mutável, percebemos que a gestão desses ambientes requer uma abordagem diferenciada.

O Que Diferencia Uma Organização de uma Família?

Segundo Guillermo Echegaray (2008), algumas diferenças essenciais devem ser levadas em conta ao aplicar as constelações sistêmicas em organizações e famílias.

Pertencimento

Enquanto a família é um sistema do qual pertencemos desde o nascimento e até após a morte, a participação em uma organização é uma escolha e, geralmente, temporária. O pertencimento em uma organização é complexo, pois há diversas formas de vínculos que não existem no sistema familiar.

Ordem

Nas constelações familiares, a ordem segue o princípio do tempo — quem veio antes e quem veio depois. Já nas organizações, essa ordem é mais complexa, pois envolve a hierarquia relacionada à experiência, especialização e qualificação profissional.

Equilíbrio

O equilíbrio nas organizações é fundamentado em sua função social e nas tarefas que desempenham, enquanto o equilíbrio familiar está orientado para a autoconservação e a sobrevivência da espécie. As culturas, valores e processos que orientam cada sistema são, portanto, completamente distintos.

Atenção ao Transferir o Conhecimento Sistêmico

Diante dessas diferenças, é crucial que o profissional que deseja atuar nas organizações tenha cuidado ao transferir os conhecimentos e dinâmicas sistêmicas das Constelações Familiares para o contexto organizacional. Cada sistema possui suas próprias particularidades e requer um olhar atento e uma abordagem personalizada.

O avanço das Constelações Organizacionais no Brasil é fundamental para ajudar empresas e equipes a navegarem pela complexidade dos sistemas sociais nos quais estão inseridos. O entendimento das diferenças entre as dinâmicas familiares e organizacionais é crucial para garantir que as constelações sejam aplicadas de forma eficaz e respeitosa, promovendo saúde e equilíbrio nos ambientes corporativos.


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Referências Bibliográficas

  • Echegaray, Guillermo. Para Compreender as Constelações Organizacionais. 2008.
  • Weber, Gunthard. As Constelações Organizacionais e o Trabalho de Bert Hellinger.